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Fragmentação Ambiental

Você provavelmente já entende o significado de fragmentação, mas já ouviu falar sobre fragmentação ambiental?


Fonte: Greenpeace.

Essa se refere ao processo de alteração de um ecossistema natural, que é subdividido em partes menores, gerando os fragmentos, conhecidos também por manchas. A fragmentação pode se dar de forma natural, por meio de desastres naturais, processos hidrológicos, alterações na topografia, formação de ilhas, entre outros. Nesses casos, a fragmentação pode contribuir com a especiação, ou seja, com o surgimento de novas espécies.


Há também a fragmentação antrópica, ou seja, a fragmentação gerada por interferência do homem, que pode ser causada através da supressão de florestas para o agronegócio, cultivo de espécies exóticas, queimadas para criação de pastos, construção de casas, rodovias etc. Mas a fragmentação ambiental antrópica, ao contrário da natural, acontece com maior frequência e é geralmente nociva aos ecossistemas, gerando consequências desastrosas.


A primeira delas é o isolamento de espécies e a interrupção do fluxo gênico. As espécies, de forma geral, possuem constantes necessidades de cruzamentos, a fim de obter diversidade genética, que oferece vantagens aos indivíduos e maiores possibilidades de adaptação ao meio. Isto porque, se organismos possuem um genótipo (conjunto de genes) propício a extinção por determinada alteração ambiental, caso todos os indivíduos de uma população tenham os mesmos genes ou genes muito semelhantes, toda população pode ser extinta.


Nesse mesmo raciocínio, entramos no conceito de endogamia, que é provocada pela ocorrência de populações reduzidas, geralmente em fragmentos pequenos e/ou isolados. Nesse contexto, devido à falta de parceiros, indivíduos aparentados acabam cruzando entre si, e, por possuírem o genótipo muito semelhante, acabam sendo mais propícios à homozigose, que na maioria das vezes, acarretam o surgimento de genes deletérios, ou seja, que podem dificultar a sobrevivência e os tornar mais vulneráveis.


Fonte: Relevância da Evolução.

A fragmentação pode gerar consequências desastrosas para a manutenção de diversas espécies, tanto as de baixa mobilidade, como as plantas, que sofrem com a interrupção do fluxo de sementes e pólen, impossibilitando que se disseminem pelo habitat, quanto as que possuem alta mobilidade, sobretudo os grandes mamíferos. Estes, por sua vez, sofrem com maiores riscos de atropelamentos e à caça, ao saírem em busca de recursos, adentram em propriedades e em áreas urbanas e acabam sendo abatidos.


Fonte: O Diário.

Para além desses efeitos já citados, há também o efeito de borda, que é o conjunto de consequências para as espécies que se localizam nas bordas dos fragmentos. Isto ocorre em função das mudanças ambientais, que estas são submetidas quando estão nas bordas, sofrem com maior exposição solar, maior temperatura do solo, menor umidade, ventos mais fortes, que as tornam suscetíveis a quedas. Somado a estas consequências, ainda sofrem com a chegada de espécies invasoras, que geralmente são competidoras agressivas e são capazes de vencer as espécies nativas, contribuindo, além disso, para o empobrecimento de habitats e a perda da biodiversidade.


Fonte: Árvore, Ser Tecnológico.

As Unidades de Conservação (UC), Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais (RL) são, por vezes, constituídas por fragmentos, e são importantes para assegurar, mesmo que escassamente, a conservação dos ecossistemas. Entretanto, há muitas discussões acerca da eficácia dos fragmentos na conservação, já que alguns formatos não são capazes de preservar a integridade dos habitats e as espécies, por conta da relação área x volume e a propensão de sofrer efeito de borda.


Geralmente, os fragmentos no qual essa relação área x volume é muito desproporcional, sofrem muito mais com os efeitos de borda, e a área útil do fragmento é severamente reduzida. Outro fator que coloca à prova a eficácia na conservação é o fato de alguns fragmentos serem isolados de outros, isso impossibilita a conectividade entre fragmentos e o deslocamento de espécies.


Uma possível mitigação da fragmentação de habitats é a construção de corredores ecológicos. Uma vez que nem sempre é possível barrar a fragmentação em si, os corredores ecológicos funcionam como uma estratégia muito importante para permitir que haja um trânsito de espécies entre fragmentos, até para fugir de intemperes como o fogo, no caso do Cerrado, e garantir a sobrevivência.


Fonte: FUNVERDE.

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REFERÊNCIAS



COSTA, Yanna Dias. Fragmentação de habitat. Info Escola. Disponível em < https://www.infoescola.com/biologia/fragmentacao-de-habitat/>


GRUPOECONSERV. O que a biodiversidade tem a ver com isso?. Blog ECONSERV. 2016. Disponível em: <https://econserv.wordpress.com/2016/03/16/o-que-a-biodiversidade-tem-a-ver-com-isso/>



O que é fragmentação? ECO. 2014. Disponível em < https://oeco.org.br/dicionario-ambiental/27923-o-que-e-fragmentacao/>


 

Sobre a autora: Suzanne Stefanny Vieira Lopes - Graduanda em Ciências Biológicas/Licenciatura na UFU, ama arte e a natureza em todas as formas de vida, com exceção de dípteros.


 

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