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A riqueza do Pantanal Brasileiro

Você sabia que o Pantanal é a maior área úmida continental do planeta? Não é à toa que muitos o chamam de “reino das águas”.


Foto: iStockphoto/ Valter Cunha

Vista aérea de área alagada do Pantanal do estado do Mato Grosso durante o inverno, no centro-oeste do Brasil.


Mas você também sabia que o Pantanal leva esse título mesmo sendo o menor bioma brasileiro em extensão territorial? Ele apresenta uma área aproximada de 210 mil km². No Brasil, ele se concentra nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e se estende pela América do Sul nos países da Bolívia e Paraguai.

Localização do Pantanal Brasileiro / Imagem: National Geographic Brasil

Devido a sua importância ambiental, o bioma Pantanal foi decretado Patrimônio Nacional, pela Constituição de 1988, e Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera, pelas Nações Unidas, em 2000.


Pôr do sol no Pantanal, Mato Grosso do Sul l Foto: iStockphoto/ Filipe Frazão

Além das queimadas intensas que ocorreram principalmente no ano de 2020, o Pantanal também sofre com as consequências de outras ações antrópicas como a agropecuária, extrativismo, a caça e pesca predatória e também com o contrabando e tráfico de animais silvestres devido a sua rica biodiversidade.


Biodiversidade pantaneira

O Pantanal possui grande biodiversidade. Segundo o ICMBio, os que se destacam são cerca de 3,5 mil espécies de plantas, 124 espécies de mamíferos, 463 espécies de aves e 325 espécies de peixes.


Conheça alguns de seus representantes:


A flora pantaneira

A vegetação do Pantanal é muito diversa, justamente em função da inundação do solo. A flora pantaneira é constituída por plantas migradas do Cerrado, da Amazônia, do Chaco e da Mata Atlântica, ocorrendo raras espécies endêmicas do Pantanal.


Vitória-régia (Victoria amazonica): é uma herbácea aquática, fixa, com folhas flutuantes, encontrada em águas calmas e com temperatura em torno de 26 a 30 °C, sendo originária da região equatorial da Bacia do Rio Amazonas (Prance 1974). Essa espécie também ocorre no Pantanal.


Imagem: Lalo de Almeida/Folhapress

Vitória-régia em um corixo do rio Paraguai no Pantanal Mato-Grossense na região de Cáceres.


→ Babaçu (Attalea speciosa): destaca-se por ser uma das palmeiras mais abundantes da Amazônia, também presente no Pantanal. Trata-se de uma das espécies mais importantes na subsistência de muitas comunidades tradicionais, já que todas as suas partes são utilizáveis. Atualmente tem sido vista como uma das espécies vegetais de maior potencial para a produção do biodiesel.


Babaçu pode ser usado para fazer produtos variados — Foto: Divulgação G1

→ Ipê-rosa (Handroanthus heptaphyllus) (sinonímia: Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo): espécie famosa pela coloração das flores.


Ipês-rosa tem florada intensa no Pantanal — Foto: Amaury Antônio Alves dos Santos

Ipês-rosa se destacam com a cor das flores — Foto: Amaury Antônio Alves dos Santos

As aves

A avifauna ocorrente no Pantanal é bastante diversificada quando comparada à de outras áreas úmidas do globo.


Coruja-buraqueira (Athene cunicularia): possui hábito terrícola com picos de atividade no início da noite, habitando ambientes abertos (campos naturais e de pastagens, restingas e gramados de áreas urbanas).


Foto: Rafael Becker/UFRGS

Marreca-caneleira (Dendrocygna bicolor): ave migratória com ocorrência na planície do Pantanal.


Foto: Édison Borges/UFRGS

Tuiuiú (Jabiru mycteria): é a maior ave do Pantanal, e sua distribuição geográfica estende do México até o norte da Argentina. A espécie é conhecida como ave símbolo do Pantanal. Seu tamanho pode chegar a atingir até 260 cm de asas, e pode ser observada em pares ou em grandes concentrações nas margens de rios, lagos e poças na época da seca.


Tuiuiú, Jabiru mycteria l Foto: iStockPhoto

Os peixes

O Pantanal abriga pelo menos 300 espécies conhecidas de peixes em seu vasto Rio Paraguai e em centenas de quilômetros de afluentes.


Dourado (Salminus brasiliensis): conhecido como "rei do rio" por seu comportamento de predador e por seus saltos para fora d'água. Em 2019, o dourado ganhou proteção contra a pesca em todo o território de MT e MS, depois de dez anos de proibições locais.


Foto: Divulgação/Saul Schramm

O dourado prefere águas claras e é um predador de hábitos diurnos


Pacu peva (Metynnis mola) : peixe de hábitos alimentares herbívoros abundante no Pantanal.


Foto: Jeff Dubosc

→ Pintado (Pseudoplatystoma corruscans): peixe bastante comum nas águas pantaneiras.


Juvenil de Pseudoplatystoma corruscans em aquário / Foto: Edson Rechi

Os répteis

A diversidade de répteis do estado do Mato Grosso do Sul (MS) é pouco conhecida, sendo que os registros de espécies são ocasionais ou restritos a algumas regiões do Pantanal.


Sucuri-amarela (Eunectes notaeus): Espécie típica do Pantanal.


Foto Arena LTDA / Alamy Stock Photo

Sucuri-amarela na estrada do parque Passo do Lontra, Corumbá MS.


Jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris): Essa espécie pode atingir 3 metros de comprimento. Mas esse tamanho é raro. Normalmente mede de 1,5 a 2 metros. É um animal esverdeado, quase pardacento, com o ventre amarelado e o focinho pouco largo e achatado.


Essa espécie vive em brejos, mangues, lagoas, riachos e rios (Foto: Eduardo Sozo / TG)

Iguana-verde (Iguana iguana): As fêmeas de Iguana iguana geralmente se movimentam para as margens do rio Paraguai, no final do período seco no Pantanal. Nessas áreas as fêmeas de sinimbu ou camaleão (como a iguana-verde é chamada popularmente), concentram-se para reprodução, escavando seus ninhos para formação de colônias.


Iguana-verde. Foto: Rostislav Stach / Shutterstock.com

Os mamíferos

Sua fauna de mamíferos ainda é mal conhecida, principalmente no que se refere aos animais de pequeno porte, como roedores, marsupiais e morcegos. Porém, mesmo entre animais de maior porte, a ocorrência ou distribuição de algumas espécies é ainda incerta.


Onça-pintada (Panthera onca): maior felino das Américas, ocorre na Bacia do Pantanal tanto na planície quanto nas áreas altas (Coutinho et al. 1997). E a distribuição de onças-pintadas no Pantanal não é homogênea, havendo áreas de densidades mais altas e áreas onde a espécie é praticamente ausente. As áreas de maior densidade de onças correspondem àquelas com maior densidade florestal.


Onça-pintada (Panthera onca) l Foto: iStockphoto / Alexander David

Capivara (Hydrochaeris hydrochaeris): Maior roedor do mundo é abundante no Pantanal.


Capivara, Hydrochaeris hydrochaeris. l Foto: iStockPhoto

Veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus): A densidade de veados-campeiros é muito maior em algumas áreas do Pantanal. Pelas características ambientais do Pantanal, há regiões mais e menos propícias à ocorrência desta espécie.


Veado-campeiro, Ozotoceros bezoarticus. l Foto: iStockPhoto

Portanto, percebe-se o quanto o Pantanal é rico em biodiversidade e que é de extrema necessidade que ele seja protegido. Apesar das consequências negativas sofridas pelo bioma devido às ações antrópicas, ele está vivo e resiste!


Existem projetos que têm a finalidade de divulgar, informar e ajudar o Pantanal como a SOS Pantanal (ONG que a MinasBio doou o dinheiro arrecadado da rifa do livro “Plantas Pequenas do Cerrado: Biodiversidade Negligenciada” recentemente). Para conhecer mais sobre as ações realizadas por eles para ajudar o Pantanal, entrem também no Instagram do Instituto!


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REFERÊNCIAS

Pantanal. WWF Brasil. Disponível em: <https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/areas_prioritarias/pantanal/>. Acesso em 20 de nov. 2020.


Pantanal. ICMBio. Disponível em: <https://www.icmbio.gov.br/portal/unidadesdeconservacao/biomas-brasileiros/pantanal>. Acesso em 20 de nov. 2020.


Santuário da biodiversidade brasileira, Pantanal sofre com a ação humana. National Geographic Brasil. Disponível em: <https://www.nationalgeographicbrasil.com/natgeo-ilustra/pantanal>. Acesso em 20 de nov. 2020.



ROSA-OSMAN, Sônia Maciel da et al. Morfologia da flor, fruto e plântula de Victoria amazonica (Poepp.) JC Sowerby (Nymphaeaceae). Acta amazonica, v. 41, n. 1, p. 21-28, 2011. Acesso em 20 de nov. 2020.


POTT, Arnildo et al. Plant diversity of the Pantanal wetland. Brazilian Journal of Biology, v. 71, n. 1, p. 265-273, 2011. Acesso em 20 de nov. 2020.


GONZÁLEZ-PÉREZ, Sol Elizabeth et al. Conhecimento e usos do babaçu (Attalea speciosa Mart. e Attalea eichleri (Drude) AJ Hend.) entre os Mebêngôkre-Kayapó da Terra Indígena Las Casas, estado do Pará, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 26, n. 2, p. 295-308, 2012. Acesso em 20 de nov. 2020.


NUNES, Alessandro Pacheco. Quantas espécies de aves ocorrem no Pantanal brasileiro. Atualidades Ornitológicas, v. 160, p. 45-54, 2011. Acesso em 20 de nov. 2020.


PAIS, Thais Cristina. Comportamento vocal da coruja-buraqueira (Athene cunicularia) e a reação a testes de playback. 2014. Acesso em 20 de nov. 2020.


NUNES, Alessandro Pacheco; TOMAS, Walfrido Moraes. Aves migratórias ocorrentes no Pantanal: caracterização e conservação. Embrapa Pantanal-Documentos (INFOTECA-E), 2004. Acesso em 20 de nov. 2020.


CAMPOS, ZM da S.; COUTINHO, M. E. Levantamento aéreo de ninhos de tuiuiú, Jabiru mycteria, no Pantanal Sul. Embrapa Pantanal-Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento (INFOTECA-E), 2004. Acesso em 20 de nov. 2020.


MORENO, Ana Carolina. O peixe que virou símbolo da conservação da biodiversidade no Pantanal. G1. Disponível em: <https://g1.globo.com/natureza/desafio-natureza/noticia/2019/06/27/o-peixe-que-virou-simbolo-da-conservacao-da-biodiversidade-no-pantanal.ghtml>. Acesso em 20 de nov. 2020.


DE RESENDE, Emiko Kawakami; PEREIRA, Rosana Aparecida Candido; DE ALMEIDA, Vera Lúcia Lescano. Peixes herbivoros da planicie inundavel do Rio Miranda, Pantanal, Mato Grosso do Sul, Brasil. Embrapa Pantanal-Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento (INFOTECA-E), 1998. Acesso em 20 de nov. 2020.


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CAMPOS, Zilca. Estudo das Iguanas no Pantanal. Embrapa Pantanal-Artigo de divulgação na mídia (INFOTECA-E), 2004. Acesso em 21 de nov. 2020.


RODRIGUES, F. H. G. et al. Revisão do conhecimento sobre ocorrência e distribuição de mamíferos do Pantanal. Embrapa Pantanal-Documentos (INFOTECA-E), 2002. Acesso em 26 de nov. 2020.


 

Sobre a autora: Maria Paula Peres Almeida, graduanda em Ciências Biológicas/Bacharelado-UFU, é apaixonada por tudo que a natureza nos proporciona.

Contato: @mariiap_almeida


 





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