Não é segredo que, há muito tempo, as pessoas no mundo todo estão muito mais conscientes sobre os impactos ambientais que o homem causa no planeta e, por isso, progressivamente tentamos buscar soluções alternativas aos poluentes que consumimos.
Sendo assim, os biocombustíveis se mostram, cada vez mais, excelentes alternativas energéticas, pois ajudam a amenizar os impactos causados por gases de efeito estufa e representam uma forma de diversificação de recursos energéticos, tendo em vista o tão temido esgotamento das reservas de petróleo.
Imagem 1: Biocombustíveis em béqueres e, ao fundo, sua matéria-prima: o milho.
O que são biocombustíveis?
São todo e qualquer combustível produzido a partir de biomassa (matéria orgânica) e que possibilite a ciclagem dessa matéria na natureza, ou seja, reaproveitamento do material pela natureza.
Geralmente são obtidos a partir de plantas muito energéticas: milho, cereais, beterraba, oleaginosas. Mas também podem ser extraídos de resíduos agrícolas, florestais e pecuários, como o lixo orgânico.
E se engana quem pensa que estão aí para substituir somente a gasolina, pois servem, sim, para locomoção de veículos, mas também são usados na geração de energia.
Principais tipos de biocombustíveis
Apesar de o etanol e o biodiesel serem os mais conhecidos e comercializados mais comumente, há vários outros tipos de biocombustíveis com alta capacidade energética que, com estudo e desenvolvimento, têm muito potencial de mercado.
Etanol
É um tipo de álcool extraído por meio da fermentação da sacarose de produtos como cana-de-açúcar, milho, beterraba e uva. É comum o misturarem à gasolina para ser usado na combustão interna de motores.
Biodiesel
É produzido a partir do óleo de sementes e grãos e, no Brasil, a matéria-prima mais utilizada é a soja. Também pode ser produzido a partir de gordura vegetal ou animal.
Biogás
É obtido por meio da decomposição da matéria orgânica em ambientes anaeróbios, ou seja, sem oxigênio, realizada por bactérias que se desenvolvem nesses locais (bactérias anaeróbias).
Biometanol
É basicamente o metanol (álcool metílico) feito a partir de madeira ou carvão.
Bioéter dimetílico
Éter dimetílico produzido a partir de biomassa.
Bio-óleo
É produzido por um processo chamado pirólise, em que a biomassa é decomposta por ação de altas temperaturas em condição anaeróbia (na falta de oxigênio).
Hidrogênio
Ainda é bem recente, mas algumas empresas automobilísticas já estão investindo em carros movidos a ele. Sua combustão emite apenas vapor d’água e óxido de nitrogênio.
Imagem 2: Usina de produção de etanol.
Mas quais são as vantagens dos biocombustíveis?
A significativa redução de gases poluentes é uma das principais vantagens dos biocombustíveis. A queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, libera elevadas quantidades de gases de efeito estufa. Enquanto que os biocombustíveis liberam níveis bem mais baixos de gases quando queimados.
Eles também apresentam menor custo do que os combustíveis fósseis na sua produção e são adaptáveis aos modelos de carros atuais. Os investimentos para a geração dos biocombustíveis são bem menores se comparados às pesquisas de prospecção de petróleo.
Outro ponto interessante a ser mencionado, é que, como os biocombustíveis podem ser produzidos a partir do lixo, seu uso poderia ajudar a diminuir o acúmulo de dejetos na natureza.
Além disso, possui os mais variados modos de produção, o que reduz a dependência que há hoje da gasolina (produzida a partir do petróleo apenas), tornando o mercado competitivo e, consequentemente, melhor qualidade e preços mais baixos.
Por fim, é importante ressaltar que a produção, o manuseio e o armazenamento dos biocombustíveis são mais seguros para os seres humanos quando comparados aos combustíveis fósseis.
Imagem 3: Monocultura de cana-de-açúcar, matéria prima do etanol.
Mas, depois disso tudo, ainda tem desvantagens?
Como nem tudo são flores, a redução da biodiversidade é uma das principais preocupações quando se pensa em biocombustíveis. Quando se realiza o plantio das culturas que servem de matéria prima para esses combustíveis a vegetação nativa é devastada. Além de consumirem grande quantidade de água para manter a cultura. Ainda pensando nos impactos da cultura da matéria prima, a utilização frequente de fertilizantes e pesticidas podem causar degradação do ambiente.
Apesar disso, o impacto gerado pelos compostos usados nas culturas, ainda é bem menor quando comparados aos combustíveis fósseis. O importante é procurar meios para reduzir ao máximo esses impactos, bem como medidas de “compensação”, para tentar estabelecer o melhor equilíbrio com o meio ambiente.
Gostou do nosso texto? Você já conhecia os biocombustíveis? Conta pra gente nos comentários!
REFERÊNCIAS:
MACEDO, I. C.; NOGUEIRA, L. A. H. Biocombustíveis. Parcerias Estratégicas, vol. 9, nº 19, 2004.
PERES, J. R. R.; JÚNIOR, E. F,; GAZZONI, D. C. Biocombustíveis: uma oportunidade para o agronegócio brasileiro. Revista de Política Agrícola, vol. 14, nº 1, jan/fev/mar 2005.
Imagem 1. Béqueres com combustível. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/photos/agricultura-artificiais-copo-bio-4402811/>. Acesso em: 09/04/2021.
Imagem 2. Usina de produção de etanol. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/photos/biotecnologia-planta-gigantismo-4438566/>. Acesso em: 09/04/2021.
Imagem 3. Monocultura de cana-de-açúcar. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/photos/cana-de-a%C3%A7%C3%BAcar-campo-de-cana-de-439880/>. Acesso em: 09/04/2021.
Sobre a autora: Marianna Silva Costa, graduanda em Ciências Biológicas/Bacharelado-UFU, é apaixonada por plantas e gosta de desenhar nas horas vagas.
Contato: mariannassilvac@gmail.com @mari_ssilavac
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