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Marsupiais e o cuidado neonatal humano

  • Foto do escritor: minasbioconsultoria
    minasbioconsultoria
  • há 1 dia
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Fonte: Kelly Sikkema https://unsplash.com/pt-br
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A estratégia de cuidado do recém-nascido prematuro ou de baixo peso é observada nos cangurus e tem se ganhado grande destaque, já que pesquisas demonstram um melhor desenvolvimento do filhote e o fortalecimento do vínculo entre mãe e filhote. Esse comportamento reprodutivo dos marsupiais, como o canguru, despertou grande interesse científico e trouxe importantes avanços ao relacionar sua biologia à realidade dos prematuros humanos.


O filhote do canguru nasce em um estágio de pouco desenvolvimento, com baixa probabilidade de sobrevivência. Logo após o parto, ele se arrasta até o marsúpio, onde encontra leite, calor e proteção, permanecendo na bolsa até completar seu desenvolvimento. Uma das grandes curiosidades é que a fêmea permanece em estado gestacional quase constante, sendo capaz de manter um embrião em diapausa enquanto cuida do filhote que está no marsúpio, repetindo esse ciclo continuamente.


Fonte: Douglas Lima https://unsplash.com/pt-br
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Essa característica biológica tornou-se inspiração direta para o Método Canguru, que busca oferecer ao bebê prematuro um ambiente de continuidade semelhante à bolsa, com foco no contato pele a pele. Essa prática tem provocado uma transformação nas rotinas e nas práticas institucionais de saúde, ao reconhecer a família como parte fundamental do cuidado durante todo o processo.


O contato pele a pele favorece o aleitamento materno, essencial para os prematuros, pois a proximidade entre mãe e bebê estimula a produção de leite, reduz o estresse e fortalece o vínculo, onde é observado nos marsupiais, cujos filhotes permanecem na bolsa e se alimentam constantemente durante longos períodos.


Assim, o Método Canguru representa um cuidado que une ciência, natureza e afeto. Inspirado nos animais que reforçam o valor do contato materno, ele proporciona um ambiente essencial para o desenvolvimento e vínculo do prematuro, transformando o corpo materno em um verdadeiro marsúpio humano, capaz de oferecer segurança, calor e proteção para seu crescimento.





Referências:


SILVA, L. G. de C. C. da; FERREIRA, J. B.; LIMA, U. T. S. de; LIMA, J. de A.; BATISTA, M. N. Método canguru: revisão histórica e documental. Revista JRG de Estudos Acadêmicos , Brasil, São Paulo, v. 7, n. 14, p. e141157, 2024. DOI: 10.55892/jrg.v7i14.1157. Disponível em: http://www.revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/1157. Acesso em: 2 dez. 2025.


VÉRAS, Renata Meira. Práticas institucionais/discursivas acerca dos cuidados com os bebês prematuros e/ou de baixo peso: o programa canguru. 2010. 230 f. Tese (Doutorado em Psicologia Social; Processos Psicossociais; Relações de Poder e Sociedade) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2010. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/17584. Acesso em 2 dez. 2025.


VIDEIRA, Dayse Mary Aguiar Barbalho. Aleitamento materno exclusivo para prematuros na Unidade Canguru. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Linhas de Cuidado em Saúde Materna, Neonatal e do Lactante) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Florianópolis, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/17516. Acesso em: 2 dez. 2025.





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Sobre a autora:

Yasmin Ribeiro de Freitas, natural de Arapuá–MG, é graduanda em Licenciatura pela Universidade Federal de Uberlândia. Apaixonada pela vida simples, um olhar atento e encantado pela zoologia e por tudo o que essa área pode nos ensinar e oferecer.


 
 
 

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