“Quão inapropriado chamar Terra a este planeta, quando é evidente que deveria
chamar-se Oceano.” Arthur C. Clarke.
As mudanças climáticas já são conhecidas por grande parte da população, e é notório os seus efeitos na flora, fauna e consequentemente na vida humana. Atualmente, uma das principais preocupações são acerca do aquecimento dos oceanos e de que forma isso tem afetado a vida marinha e seus diferentes ecossistemas.
De acordo com a Revista Science, o aumento da temperatura das águas dos oceanos estão quebrando recorde por anos consecutivos, isso pode ser explicado por grandes queimadas de combustíveis fósseis, desmatamento de florestas e atividades geradoras de dióxido de carbono, fazendo com que o calor seja retido na atmosfera. Deste modo, os oceanos fazem o papel de absorção do mesmo, para que a Terra não esquente de forma rápida.
● Mas, afinal, quais são os efeitos causados pelo aquecimento?
A priori, é importante ressaltar que a vida marinha é prejudicada, até mesmo comunidades bentônicas (que estão localizadas no fundo do oceano). Algumas espécies que vivem na superfície do mar, como baleias e peixes são extremamente influenciadas pelo calor excessivo que pode levar à morte dessas espécies. Outro exemplo a ser citado são os corais, que podem ser estressados pela mudança de temperatura e gerar o efeito de branqueamento.
Além disso, as alterações no clima atrapalham a pesca, pois muitas espécies antes pescadas já não estão sendo mais encontradas, ou são em pequena abundância. Muitas delas tendem a se afastar das águas tropicais e se distribuírem próximas a regiões polares. Esse efeito pode influenciar na economia e prejudicar pescadores que dependem da pesca para sobreviver.
Alguns outros efeitos podem ser citados, como: marés altas, erosão das praias e intrusão de água salgada em água potável. Ademais, bancos de areia, dunas e manguezais ficam propensos a movimentação com o aumento do nível do mar, fazendo com que saiam do seu local de proteção.
● E quais medidas podem ser tomadas?
Algumas medidas mitigatórias já estão sendo previstas por órgãos maiores como a ONU (União das Nações Unidas). Recentemente, foi assinado um Tratado de Proteção do Alto-Mar, que visa a proteção dos oceanos, sua biodiversidade e uma exploração saudável de seus recursos. Mas, algumas medidas devem ser tomadas por nós, como: reduzir o consumo de plástico, estimular empresas maiores a diminuirem o lançamento de gases do efeito estufa, expandir áreas de proteção marinha e estudar e avaliar de forma eficiente os riscos do aquecimento dos oceanos.
“O oceano nos deu a vida, está na hora da gente retornar o favor” - Sylvia Earle, Oceanógrafa.
REFERÊNCIAS:
Palacios-Abrantes, J., Frölicher, T. L., Reygondeau, G., Sumaila, U. R., Tagliabue, A., Wabnitz, C.C. and Cheung, W. W., 2021. Timing and magnitude of climate-driven range shifts in transboundary fish stocks challenge their management. Global Change Biology; https://doi.org/10.1111/gcb.16058
Levin, L. A., 2018. Manifestation, drivers, and emergence of open ocean deoxygenation. Annual Review of Marine Science, 10: 229-260; https://doi.org/10.1146/annurev-marine-121916-063359.
MUZELL, Lucia. Como o histórico Tratado de Proteção do Alto-Mar vai preservar quase metade da superfície da Terra. Rfi, 28 set. 2023. Disponível em: https://www.rfi.fr/br/podcasts/planeta-verde/20230928-como-o-histórico-tratado-de-proteção-do-alto-mar-vai-preservar-quase-metade-da-superfície-da-terra. Acesso em: 01 out. 2023
Oceanos estão aquecendo mais rápido do que o previsto, diz estudo. Galileu, 14 jan. 2019. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/galileu-e-o-clima/noticia/2019/01/oceanos-estao-aquecendo-mais-rapido-do-que-o-previsto-diz-estudo.html. Acesso em: 02 out. 2023.
Sobre a autora: Beatriz Cardoso David, graduanda em Ciências Biológicas / Licenciatura - UFU. É apaixonada pela agroecologia, natureza e música.
Contato: beatrizdavid.minasbio@gmail.com