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Você Sabe O Que São Líquens?


Fonte: Pixabay.

É muito comum observar estruturas semelhantes a folhas ou com aspecto de crosta e até mesmo parecidas com arbustos presentes principalmente em troncos de árvores. Essas estruturas são os líquens e o que visualizamos, na verdade, são chamados de talos. Neste texto, iremos conhecer um pouco mais sobre líquens e sua morfologia.


Fonte: Pixabay.

  • O que são?


Os líquens são uma associação simbiótica entre fungos (micobionte) e algas verdes ou cianobactérias (fotobionte). Na grande maioria dos casos, o componente fúngico dessa associação pertence ao filo Ascomycota (98% dos líquens) enquanto uma pequena parte, pertence ao filo Basidiomycota (2% dos líquens). Esse tipo de simbiose ocorre entre dois organismos de espécies distintas, sendo benéfica ou não para os indivíduos.


No caso dos líquens, há controvérsias entre os autores se essa associação seria de fato benéfica para ambos ou se seria um caso de parasitismo controlado. Pode ser considerada como uma interação benéfica aos organismos, pois o fotobionte fornece os compostos carbônicos advindos da fotossíntese e o micobionte fornece proteção contra altas temperaturas, luminosidade e também secas, evitando assim, sua dessecação. No entanto, outros autores acreditam que nessa associação o micobionte seria mais beneficiado, sendo responsável por “aprisionar” o fotobionte em seu talo para obter nutrientes.


Fonte: Ahmadjan.

  • Onde ocorrem?


Os líquens podem ser encontrados dispersos na natureza em diferentes tipos de substratos, como troncos e ramificações de árvores, rochas, folhas, solos e telhados. Podem possuir especificidades quanto ao seu substrato e serem seletivos quanto ao pH, umidade, presença de partículas no ar e temperatura no local. Dessa maneira, a presença ou não de uma comunidade liquênica depende das condições físicas e climáticas do ambiente que proporcione um ambiente favorável para que esses indivíduos possam se desenvolver.


Fonte: Pixabay.

  • Morfologia dos líquens


Os líquens portadores de algas verdes, devido a presença da clorofila possuem cor que varia entre o branco e cinza. Enquanto a coloração dos fungos liquênicos portadores de cianobactérias podem variar do preto, marrom e cinza-chumbo, além de serem capazes de produzir substâncias coloridas que podem estar presentes por todo o talo ou parte dele. Os talos, nesse caso, podem adquirir cores como amarelo, amarelo-ouro, rosa, laranja e vermelho, e pode ser considerado como uma estratégia de defesa contra o excesso de iluminação do ambiente.


Fonte: Pixabay.

O talo dos líquens pode variar principalmente entre três tipos de morfologia: crostoso, folioso e fruticoso.



1. Talo Crostoso



Os líquens de talo crostoso possuem esse nome pois são aderidos totalmente ao substrato, possuindo um aspecto de crosta. Possuem também formato achatado e são encontrados com maior frequência em ambientes secos, regiões polares, alpinas ou com mudanças climáticas bruscas.


Fonte: Wikipédia.

2. Talo Folioso



Os líquens de talo folioso são aderidos parcialmente ao substrato e possuem lobos distintos que possuem aspecto de folhas.


Fonte: Pixabay.

3. Talo Fruticoso



Os líquens de talo fruticoso são aderidos ao substrato por um único ponto na base de seu eixo principal ou por pontos localizados ao longo dos ramos, sendo ramificados como arbustos.


Fonte: Pixabay.

  • Qual sua importância como bioindicadores de poluição ambiental?


Os líquens são excelentes bioindicadores de poluição ambiental, já que diferente das plantas, não possuem uma cutícula protetora, o que faz com que absorvam a água diretamente do ar atmosférico, juntamente com contaminantes. Sendo assim, os líquens são muito susceptíveis a variações ambientais e muito utilizados para o biomonitoramento da qualidade do ar. Quando os níveis de poluentes são muito elevados, ocorre um fenômeno chamado de “deserto liquênico”, que consiste no desaparecimento dos líquens no local.


Fonte: Pixabay.

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REFERÊNCIAS:



Ahmadjian, V. 1993. The Lichen Symbiosis. John Wiley & Sons, New York.


Goward, T., Mccune, B. & Meidinger, D. 1994. The lichens of British Columbia. Illustrated Keys.


Part 1 – Foliose and Squamulose Species. Victoria: Ministry of Forests Research Program.


Käffer, M. I. 2011. Biomonitoramento da qualidade do ar com uso de liquens na cidade de Porto Alegre, RS. Porto Alegre. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tese.


Raven, P.H., Eichhorn, S.E., Evert, R.F. 2014. Biologia Vegetal. 8° Ed. Guanabara Koogan.


Redón, J. 1985. Líquenes Antárticos. Santiago de Chile: INACH (Instituto Antártico Chileno).


Spielmann, A.A.; Marcelli, M.P. Fungos liquenizados (liquens). Programa de capacitação de monitores e educadores. Instituto de Botânica, São Paulo, 2006.


 

Sobre a autora: Bruna Matias Scucuglia, graduanda em Ciências Biológicas/Bacharelado-UFU, gosta de animais e música.




 

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