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Por trás dos nomes: a Etimologia na Biologia

  • Foto do escritor: minasbioconsultoria
    minasbioconsultoria
  • há 9 horas
  • 3 min de leitura


Quem nunca se deparou com um nome científico e achou que parecia mais um feitiço do Harry Potter do que o nome de um ser vivo? E ainda precisou decorar tudo para uma prova? (eu já!). Por trás dessas palavras aparentemente complicadas, existe um significado (muitas vezes bem mais direto e interessante do que parece). É aí que entra a etimologia, o estudo da origem das palavras, que nos ajuda a entender de forma dinâmica o significado dos nomes usados na Biologia.


Na Biologia, usamos a nomenclatura binomial, um sistema criado por Carl von Linné (Linnaeus) no século XVIII. Cada organismo recebe um nome em latim ou grego, formado por dois termos: o gênero e a espécie. Isso permite uma comunicação universal entre cientistas, evitando confusões que os nomes populares podem causar (afinal, um mesmo animal pode ter nomes diferentes em cada região).


Conhecer a origem das palavras que formam o nome científico de um ser vivo pode revelar histórias, curiosidades, características morfológicas e comportamentos desse organismo.



Um exemplo interessante são as lampreias, animais primitivos, sem mandíbula, que vivem em água doce e salgada. Elas pertencem à ordem Petromyzontiformes, nome que vem do grego: petra significa “pedra” e myzon, “sugar”. Isso porque essas espécies usam a boca circular como ventosa para mover pedras na construção do ninho, principalmente durante a reprodução, quando formam ninhos na parte bentônica. Assim, o nome não só descreve a forma do animal, mas também um comportamento importante relacionado ao seu habitat e modo de vida.



Outro caso legal é o das abelhas sem ferrão do gênero Melipona. O nome vem do grego meli, que significa “mel”, e ponos, que significa “trabalho” ou “esforço”. Esse nome reflete a dedicação dessas abelhas na coleta do néctar e na complexa organização social da própria colônia, que são essenciais para a produção do mel (seu próprio alimento) e para a polinização de ecossistemas inteiros.


As jiboias também têm um nome científico com um significado bem direto: Boa constrictor. Nesse caso, constrictor vem do latim e significa “apertadora” ou “a que aperta”, resumindo perfeitamente a forma como essa serpente captura suas presas (se enrolando ao redor delas e sufocando antes de engolir). Já Boa é um termo antigo usado para designar serpentes grandes e não peçonhentas. Ou seja, mais uma vez, o nome reflete o comportamento e o tipo de animal com o qual estamos lidando.

O mais bacana é perceber que a etimologia é algo vivo, dinâmico e em constante mudança dentro da Biologia. À medida que novas espécies são descobertas e diferentes culturas ganham espaço na ciência, novos nomes surgem, misturando idiomas, referências e significados. Apesar de a nomenclatura científica ter raízes clássicas (principalmente no latim e no grego) ela não é engessada, acompanha o ritmo da ciência e reflete suas transformações.


No fim das contas, aprender os significados por trás dos nomes científicos vai além da curiosidade. É uma forma dinâmica de se aproximar do conhecimento, entender o que se estuda com mais profundidade e, quem sabe, até lembrar com mais facilidade daquele nome que parecia impossível na hora da prova.

Da próxima vez que você topar com um palavrão científico, vale a pena parar e pensar: quais as curiosidades por trás dele? 





Referências para a construção do texto:

HARPER, Douglas. Online Etymology Dictionary. Disponível em: https://www.etymonline.com/. Acesso em: 27 maio 2025.








Autor: Maycon Reis, graduando em Ciências Biológicas - Licenciatura pela UFU, amante da arte, educação, abelhas e biologia.



 
 
 
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