Com certeza você já ouviu falar de terapia, aquele tratamento que você tem com seu psicólogo para cuidar de sua saúde mental. Mas e de fitoterapia? Já viu essa palavra em algum lugar?
Analisando etimologicamente, este termo vem do grego phyton, que significa planta, e therapeia, que significa tratamento. Sendo assim, compreende-se a fitoterapia como uma maneira de prevenção e tratamento de doenças através da utilização de plantas com propriedades farmacológicas benéficas para a nossa saúde.
Ela é a forma mais antiga e fundamental da medicina popular da Terra.
História Evolutiva
Não é novidade que as plantas desde muito tempo atrás dominaram o mundo e até os dias de hoje continuam dominando, com sua extensa e vasta diversidade e cobertura por todo o globo terrestre.
Como já sabemos, todos os seres vivos estão inseridos numa cadeia alimentar, na qual temos sempre um predador e um predado, e as plantas não estão fora dessa. Assim como os animais, os seres vivos do reino Plantae também desenvolvem, ao longo de seu processo evolutivo, mecanismos de defesa contra indivíduos herbívoros e patógenos.
Nessa interação silenciosa de milhões de anos entre plantas e animais/doenças, elas sofreram diversas alterações para aperfeiçoar esses mecanismos, seja por espinhos ou metabólitos tóxicos, deixando-as impalatáveis.
Em relação à produção desses metabólitos, podemos perceber que é um modificação química, correto? Essas substâncias, muitas vezes, têm a função de agir em determinados
alvos moleculares de seus predadores, um dos motivos que torna a composição química das plantas tão complexa.
Outras substâncias podem ser produzidas por esses vegetais, capazes de regular seu próprio metabolismo, e é aí que entra a fitoterapia: muitas dessas substâncias interagem com nosso organismo, podendo alcançar alvos terapêuticos de doenças.
Com o passar dos anos, após o surgimento da humanidade, o ser humano foi selecionando plantas para uso na alimentação e na prevenção e tratamento de doenças. No decorrer desse aprendizado, foi-se criando os conhecimentos acerca das plantas e ervas medicinais.
É interessante pensar que não existia uma tecnologia avançada antigamente como hoje em dia. Diferentes grupos étnicos credenciaram o uso dessas ervas de acordo com a eficácia observada ao longo dos anos, sem nenhum tipo de análise clínica dos componentes dessas plantas e, posteriormente, a ciência conseguiu comprovar cientificamente esse conhecimento popular.
Medicina Alopática
Você sabe o que é medicina alopática? De modo geral, alopatia é dita como uma medicina tradicional em que seu intuito é tratar a consequência mas não a causa de uma doença.
Com o descobrimento dos diferentes princípios ativos das plantas com propriedades terapêuticas para tratar doenças, foi-se dando início à medicina alopática moderna.
Quem nunca teve aquela dor de cabeça após um dia estressante e ouviu algum amigo falar “toma chá de camomila que passa”, não é mesmo? Há também quem diga que chá de boldo é tiro e queda, além de “limpar” o nosso fígado. Esse é o princípio da medicina alopática e a fitoterapia se enquadra dentro dela. E aí, você já praticou essa medicina hoje?
Os Fitoterápicos
Com a evolução dos estudos das plantas e ervas medicinais, conseguiu-se maneiras distintas de aplicação e manipulação delas nos processos terapêuticos. Os fitoterápicos podem ser criados a partir de substâncias in natura, de forma manipulada ou industrializada.
Vale ressaltar que fitoterapia é diferente de medicamento fitoterápico, sendo este a manipulação farmacêutica (extratos, tinturas, pomadas e cápsulas) que usa a planta como principal material para a confecção do medicamento, sendo esta uma planta com propriedades terapêuticas já conhecidas.
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REFERÊNCIAS
Plantas Medicinais e Fitoterapia. Conselho Regional de Farmácia. Disponível em <http://portal.crfsp.org.br/comissoes-assessoras/apresentacao/2612-plantas-medicinais-e-fitoterapia.html>. Acesso em: 30 de jan. de 2022.
Ferreira, Vitor F. e Pinto, Angelo C. A fitoterapia no mundo atual. Química Nova [online]. 2010, v. 33, n. 9 [Acessado 30 Janeiro 2022], pp. 1829. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0100-40422010000900001>.
Fitoterapia. Universidade Federal de Juiz de Fora. Disponível em: <https://www.ufjf.br/proplamed/atividades/fitoterapia/>. Acesso em: 30 de jan. de 2022.
Alopatia ou Homeopatia: como escolher? Christiane Fujii, 2019. Disponível em: <https://christianefujii.com.br/alopatia-ou-homeopatia-como-escolher/>. Acesso em: 30 de jan. de 2022.
Sobre o autor: Gabriel Borges Gonçalves, graduando em Ciências Biológicas / Licenciatura - UFU, é apaixonado por jogos e natureza no geral, ama o cheiro do verde do planeta.
Contato: gabriel.minasbio@gmail.com
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