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Você conhece o Pampa?

O Pampa, também conhecido como Campos do Sul, é um dos biomas que faz parte do território brasileiro. Ocupa uma área de cerca de 176,5 mil Km², equivalente a 2% do território nacional.


No Brasil, o Pampa é exclusivo do estado do Rio Grande do Sul. Também se estende por parte da Argentina e todo o Uruguai, onde as longas planícies e vegetação de campos abrigam uma riquíssima biodiversidade.


Mas afinal, de onde vem esse nome “Pampa”?


O termo Pampa, criado para denominar os Campos da região Sul, é um termo de origem indígena que significa Região Plana.


Naquela região, três povos são bastante representativos, os Charrua, Guarani e Minuano. Infelizmente, durante o processo de estabelecimento colonial, esses povos foram perseguidos e quase extintos. Atualmente, habitam algumas comunidades Guarani Mbya e comunidades quilombolas.


É uma região de clima temperado, com temperaturas médias de 18°C, formada por coxilhas onde se situam os campos de produção pecuária e as várzeas que se caracterizam por áreas baixas e úmidas.


Muitas vezes ao se falar do Pampa, as pessoas imaginam um campo uniforme interminável. Mas não é tão simples assim!


Há vários microambientes que trazem a riqueza deste bioma! Matas de galeria, Butiazais, matas de encostas e campos com uma diversidade altíssima de gramíneas nativas da região!


Para se ter uma ideia da riqueza desse bioma, estudos apontam que há mais de 2.200 espécies de plantas campestres (BOLDRINI et al, 2010). Dessas, 350 são encontradas apenas no Pampa.


Existem espécies de palmeiras características dessa região, popularmente conhecidas como Butiá (Butia sp.). Os frutos são bastante apreciados pela fauna e culinária local.














Além da flora, os Campos Sulinos sustentam uma diversidade de animais restrita ao bioma! Cerca de 21 espécies que estão ameaçadas em extinção dependem exclusivamente desses ecossistemas para sobreviver.


Uma delas que podemos citar é o gato-do-mato-grande (Leopardus geoffroyi), um exímio caçador! No Brasil, o felino é encontrado apenas na região do Pampa!


Infelizmente, estas áreas vêm sofrendo mudanças desde a época da colonização, especialmente com as demarcações de fronteiras, com a introdução da pecuária e urbanização. Cerca de 51% da vegetação campestre predominante na paisagem já foi perdida pela ação humana.


Ainda, menos de 1% do Pampa está inserido em Unidades de Conservação de Proteção Integral. Mesmo unidades de conservação com predomínio de formações campestres, como a Reserva Biológica do Ibirapuitã e o Parque Estadual do Espinilho, apresentam algum tipo de pressão antrópica, especialmente pela pecuária.

Isso demonstra a necessidade de ações para ampliar medidas de conservação nos campos naturais ainda existentes no RS, que ainda é pouco conhecido!


Ficou interessado em conhecer mais o Pampa?


Conheça a “Rota dos Butiazais”

Foto 6: Rota dos Butiazais. Embrapa Clima Temperado.

A Rota dos Butiazais foi um projeto elaborado pela Embrapa Clima Temperado com apoio financeiro do Ministério do Meio Ambiente de outubro de 2015 a junho de 2017.


Com esse incentivo, foi mapeado as regiões do Sul que encontram uma grande riqueza de palmeiras de Butiás, traçando uma rota turística!


Mas muito mais do que uma rota de turismo e lazer, este projeto foi construído de forma participativa, o objetivo principal da Rota era conectar pessoas para a conservação e uso sustentável da biodiversidade nas áreas de ocorrência de ecossistemas de butiazais no Brasil, no Uruguai e na Argentina. Desta maneira, o projeto permitiu o fortalecimento da identidade territorial para o desenvolvimento sustentável local.


Quer saber mais sobre outros biomas brasileiros? Leia o nosso texto sobre a Caatinga, sobre o Pantanal e sobre o Cerrado.


 

Sobre o autor: Henrique Aguiar de Oliveira, graduando em Ciências Biológicas/Bacharelado – UFU. Adora a temática de Restauração Ecológica e nos tempos livres gosta de observar plantas.



 



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