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O Jogo de Imitação da Vida


Fonte: Manabu Takahashi/Getty Images via https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2020/07/japao-estreia-trem-bala-mais-rapido-do-mundo-que-resiste-ate-terremoto.html

Fonte: Martim-Pescador via Internet

A arte imita a vida ou a vida imita a arte?" Essa indagação, presente em nosso cotidiano, ganha novos contornos quando nos deparamos com o paradoxo do desenvolvimento. Buscamos incessantemente o progresso, mas como fazê-lo de forma sustentável? A resposta pode estar na própria natureza. A biomimética, ou "a mímica da natureza", surge como uma ponte entre a criatividade humana e a sabedoria ancestral da natureza. Ao observarmos os designs e processos naturais, encontramos soluções inovadoras e eficientes para os desafios do mundo moderno.


Os primeiros registros científicos da biomimética datam da década de 1950. O conceito central é simples: observar e aprender com a natureza para criar soluções inovadoras para os desafios humanos. A biomimética vai além da mera imitação, trata-se de entender os princípios e estratégias que a natureza utiliza para se adaptar e prosperar. Essa compreensão permite que os cientistas de diversas áreas desenvolvam soluções mais eficientes, resilientes e sustentáveis.


Fonte: Dimitri Smirnoff

 


Fonte: Reprodução internet

A biomimética está presente em diversos campos, sendo considerada uma ciência multidisciplinar que abrange áreas como a robótica, arquitetura biologia e designe. Na robótica, por exemplo, técnicas biomiméticas são utilizadas para criar membros artificiais que se integram melhor ao corpo humano. A biologia busca na biomimética fazer analogias sobre a natureza para projetar sistemas artificiais que possibilitem o funcionamento orgânico de determinado sistema, como a utilização do formato anatômico do corpo de um pássaro para projetar um trem, como fez o engenheiro japonês Eiji Nakatsucriando ao projetar o trem bala mais rápido do mundo, se baseando no formato aerodinâmico do bico do martim pescador, um passado que mergulha em alta velocidade na agua, ou ainda utilizar as escamas placoídes dos tubarões para desenvolver trajes de natação que se adaptam melhor a agua, como fez a empresa Speedo, baseando seus trajes de banho no tipo de escamas apresentadas pelos Chondrichtyes, a pele áspera e a disposição das escamas auxiliam não só na locomoção como também na redução de atrito causado no corpo pela agua.


Existem milhares de exemplos de como a biomimética é uma aliada quando paramos para pensar em desenvolvimento sustentável e otimização de recursos, tendo em vista os moldes produtivos da nossa sociedade, que visam sobretudo a produtividade e não a qualidade ou durabilidade, compreendemos que utilizar tais técnicas nos possibilita a otimização e integração de recursos, se tornando interessante para a aplicação no desenvolvimento sustentável, na construção de objetos ou espaços que aproveitem ao máximo cada elemento e ao utilizar tais técnicas é possível encontrar na natureza respostas que possibilitem a criação de novas tecnologias que mitigam impactos e otimizam recursos.

 




Referencias:

QUEIROZ, Natália; RATTES, Rafael; BARBOSA, Rodrigo. Biônica e biomimética no contexto da complexidade e sustentabilidade em projeto. Design & Complexidade. São Paulo: Editora Blucher, p. 125-140, 2017.

NUNES, Luiza Ferreira. Biomimética a ciência para a sustentabilidade. II Ciclo de Conferências: Conselho Técnico-Científico: temas atuais em investigação, p. 2-5, 2014.

SOARES, Theska; ARRUDA, Amilton José. Ecomateriais Biomiméticos, um caminho eficiente para a sustentabilidade. Mix Sustentável, v. 3, n. 4, p. 29-45, 2017.



 

Sobre a autora: Clhaudia Blanco, graduanda em Ciências Biológicas / Licenciatura - UFU, adora cozinhar, sair para ficar em contato com a natureza e é apaixonada por gatinhos e cachorrinhos


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