De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o setor da agricultura é o maior responsável pelo consumo mundial de água (cerca de 70%), destacando-se o uso para irrigação. As indústrias e empresas consomem 20% dos recursos hídricos, e o uso doméstico é de apenas 10%. Logo, torna-se preocupante a utilização indevida e inconsciente da água, sendo necessário sua conservação e reaproveitamento.
A água é um recurso essencial para vida humana e para vários setores da economia. Por conta disso, várias alternativas têm sido desenvolvidas para que possa suprir a falta de água de qualidade nos rios e demais fontes de água do país. Uma dessas alternativas é a captação de água da chuva, a qual permite que a mesma seja armazenada e tratada para posterior utilização.
A captação de água da chuva pode ser realizada em telhados de casas, na zona urbana e também nas construções de propriedades rurais. Deve-se usar calhas e encanamentos condutores para que a água chegue em cisternas ou reservatórios, onde será armazenada. As cisternas e/ou reservatórios devem receber os mesmos cuidados que são exigidos para as caixas d’água, ou seja, tem que ser construídos com materiais adequados e devem ser limpos.
Ademais, as primeiras águas coletadas da chuva devem ser descartadas, visto que elas trazem consigo resíduos particulados, como poeira e sedimentos do telhado e encanamento. O restante da água recolhida pela cisterna é de boa qualidade e pode ser utilizada para fins não potáveis, tais como, limpeza de instalações, jardinagem, lavagem de máquinas e ferramentas agrícolas, irrigação de plantações, na lavagem de carros e de calçadas, e até mesmo para uso como descarga de vaso sanitário. Apesar do processo de filtragem existente, o sistema não é recomendado para uso potável, pois não possui tratamento completo e adequado para tal fim.
Desse modo, a captação de água da chuva é uma alternativa para condomínios, escolas, centros comunitários, casas e edificações de uso coletivo economizarem a água potável vinda do sistema de saneamento da cidade. O custo do projeto varia conforme a capacidade de armazenamento desejada, tipo do reservatório e comprimento da tubulação. A captação de água da chuva pode gerar uma economia de até 55% nas despesas com o fornecimento de água (Portal Tratamento de Água, 2017).
Vantagens do aproveitamento da água da chuva
Atitude sustentável e responsável;
Incorpora conceitos de educação ambiental na comunidade em que está inserido;
Fácil instalação em qualquer tipo de ambiente;
Baixo custo;
Pode gerar uma economia de cerca de 50% na conta de água;
Capacidade a sua escolha: existem cisternas de mil litros até 16 mil litros;
Combate a falta de água em períodos de estiagem ou de crise hídrica;
Evita a utilização de água potável onde essa não é necessária, como, por exemplo, na descarga de vasos sanitários, na irrigação de hortas e de jardins;
É de fácil captação e armazenagem;
Tem qualidade aceitável para ser utilizada para fins não potáveis, principalmente se captada em telhados;
Evita a proliferação do mosquito Aedes aegypti;
O armazenamento de água da chuva contribui para evitar enchentes.
No caso de chuvas fortes, em cidades grandes ou regiões mais povoadas, um volume considerável deixa de escoar pelas ruas e sistemas de drenagem, o que pode ajudar a impedir inundações e entupimento de bueiros.
Desvantagens do uso de água da chuva
Seu abastecimento é limitado, ou seja, depende de quanto chove, assim como das condições da área de sua captação (dos telhados) e armazenagem (capacidade da cisterna e/ou reservatório).
Mas a água da chuva realmente tem boa qualidade?
De um modo geral, a qualidade da água da chuva pode sim ser considerada boa. Visto que antes de cair na forma de chuva, a água passa por um processo que pode ser descrito como um modelo de "filtragem natural”. Tal processo faz parte do ciclo hidrológico que envolve as etapas de evaporação, de condensação e de precipitação. E, dessa forma, realiza uma purificação parcial da água da chuva.
No entanto, dependendo da região, a água da chuva pode apresentar poluentes em sua composição, os quais ela capta da própria atmosfera, principalmente se essa chuva se formar nas proximidades de metrópoles e centros industriais.
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REFERÊNCIAS:
SILVA, A. S. et. al. Captação e conservação de água de chuva para consumo humano: Cisternas rurais, dimensionamento, construção e manejo. 1984. Petrolina: EMBRAPA-CPATSA.
Captação de água da chuva gera economia de até 55%. Portal Tratamento de Água. 2017. Disponível em: < https://tratamentodeagua.com.br/captacao-agua-da-chuva-economia-55-telhado/ >. Acesso em 21/04/2022.
SIQUEIRA-CAMPOS, M. A. Aproveitamento de água pluvial em edifícios residenciais multifamiliares na cidade de São Carlos. 131p. Dissertação (Mestrado). 2004. Universidade Federal de São Carlos.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (ANA). Conservação e Reúso da Água em Edificações. 2005. São Paulo: Prol Editora Gráfica.
TOMAZ, P. Aproveitamento de Água de Chuva: Para áreas urbanas e fins não potáveis. 2005. São Paulo: Navegar Editora,180p.
Sobre a autora: Lorena Costa Silva - Graduanda em Ciências Biológicas/Licenciatura - UFU. Ama animais (exceto galinhas), esportes e música.
Contato: lorena.minasbio@gmail.com .
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