“O mar é o esgoto universal”
Jacques Cousteau
É inegável a influência do petróleo na economia brasileira e também mundial, a exploração de recursos naturais tem crescido durante os anos e gerado renda e empregos para a população, mas essa atividade acarreta também em malefícios de grande impacto na preservação do meio ambiente. São danos irreversíveis e que afetam, consequentemente, a qualidade de vida de toda a sociedade.
O petróleo é uma substância oleosa e torna-se difícil sua contenção em casos de acidentes, fazendo com que o óleo derramado se espalhe rapidamente nas águas, prejudicando toda a vida marinha, como: aves, peixes, tartarugas, plâncton, crustáceos, algas e até mesmo os seres humanos.
Mas quando o derramamento ocorre?
Alguns dos principais defeitos responsáveis pelos acidentes são os vazamentos nas plataformas de petróleo, rompimento dos dutos, defeitos nos navios e lançamento da água utilizada para lavar os reservatórios no mar. Se houver a ocorrência de algum desses citados, as medidas a serem tomadas devem ser imediatas, caso contrário, será difícil a remoção.
Como exemplo é possível citar um dos maiores e principais incidentes, que ocorreu em abril de 2010, na plataforma Deepwater Horizon, localizada no Golfo do México há 66km dos Estados Unidos. O vazamento do óleo ocorreu, houve vazamento de gás e logo após diversas explosões ocorreram, fazendo com que milhares de toneladas de óleo fossem liberadas no mar, e os danos desse acidente irão levar anos para serem reparados.
Dessa forma, é possível citar as aves marinhas que mesmo tendo camadas de impermeabilização não conseguem suportar a densidade do óleo, fazendo com que elas se afundem ao estar na água. O petróleo pode afetar também a troca gasosa das algas marinhas, ocasionar a morte de peixes pela ingestão de alimentos contaminados pelo óleo e a morte de plânctons.
E de qual forma isso afeta os seres humanos?
Os alimentos provenientes do mar que consumimos consequentemente serão contaminados, a comunidade pesqueira será afetada e a população que se voluntaria para auxiliar na retirada de animais afetados colocam sua saúde em risco, podendo sofrer impactos como: irritações na pele, ferimentos, náusea, coceiras e diversas outras situações.
Como medidas mitigatórias, algumas plataformas utilizam o método de biorremediação, no qual microrganismos capazes de metabolizar os componentes do petróleo são de extrema importância. Outros métodos são dispersantes químicos e técnicas mecânicas/manuais, sendo feitas avaliações para decidirem qual o melhor método.
Referências
PEREIRA, Rogério Ferreira. ANÁLISE DO DEEPWATER HORIZON BLOWOUT : APLICAÇÃO DOS MÉTODOS FRAM e STAMP. 2016. 107 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Ambiental, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: <http://dissertacoes.poli.ufrj.br/dissertacoes/dissertpoli1709.pdf>
REYNIER, Marcia Vieira. Efeitos de um Derrame Simulado de Petróleo sobre a Comunidade Planctônica costeira em Angra dos Reis (RJ). 2003. 131 f. Tese (Doutorado) - Curso de Ciências Biológicas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2004. Disponível em: <https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/1560/TeseMVR.pdf?sequence=1>
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Sobre a autora: Beatriz Cardoso David, graduanda em Ciências Biológicas / Licenciatura - UFU. É apaixonada pela agroecologia, natureza e música.
Contato: beatrizdavid.minasbio@gmail.com
Tema muito triste e interessante 😥, parabéns pelo texto Bia!